Mercado do Gado
The Earth Market is something bigger than the cattle fair and market, than the horse fair or Expolima, it comes from a wider ambition to create a network of “structures”, sporadic and localized interventions of a smaller or larger scale, but precise and of ”exact measurements”.
The beginnings of the intervention are drawn up coherently with a political strategy, the Earth project. At town level tensions are created, functional and volumetric interdependences which go beyond the superficiality of a “plan masse” for the urban perimeter. The solution of the Earth Market lends this idea the symbolic usefulness of the system, of rules and of the group. And the notion that these characteristics enable it to accompany the moments of political option, to change the “projects” within the project. It created and simultaneously responded to new requirements of the program. It has been bigger, smaller, had a multi-functional building, arena and now has a horse-riding school and tracks for equestrian competitions. It is still the best example of this ambition, falling short only while it waits to be joined by other elements, other members of a political design.
The complex looks like an unlikely morphology for a cattle-fair, distancing itself from the large pre-fabricated pavilions. It is situated at the edge of the town but frees up the edge of the urban grid so that other equipment, more appropriate, can possibly perform that role. Its function is other than this, it provides a transition between the immediate rural nature of the outskirts and the centre of the historical town, with dignity. It lives alongside small palaces, gardens and chapels. In spite of successive rectifications to the project, it always maintained the concepts which were established when the project began. The structure of the plan is made up of an orthogonal grid, which relates with the existing paths and improves the views of the river. This grid is a reference guide for positioning the key elements of the proposal, establishing relationships of proportion with relevant constructions or points of scenic interest.
The compositional approach therefore provides its formalism and apparent informality, since superimposed on this layout is an architectural composition and topography adapted to the serenity of the landscape. The constructions do not interfere with the rural character of the intervention area, nor with its environment, with the structure remaining on a small scale, in plots, with the walls adjacent to the main road providing a smooth breach of perspective.
During the elaboration of the first studies for stage 1 – “Cattle-Fair”, the lack of similar references in similar programs led to a lack of definition of the area that the equipment should occupy. On the one hand because the acquisition of land, which was the closest base of comparison we had, was that of the fair which was already being held. This ended up being the model for the implantation, a linear structure of boxes, with paths and squares, in a square grid similar to that of a small residential quarter.
O Mercado da Terra é algo maior que a Feira e Mercado do Gado, do que a Feira do Cavalo ou a Expolima e advém de uma ambição mais ampla de criar uma rede de “estruturas”, intervenções pontuais e localizadas de maior ou menor escala, mas precisas e de “medidas exactas”. Desenham-se princípios de intervenção coerentes com uma estratégia política, o Projecto Terra. À escala da vilacriam-se tensões, interdependências funcionais e volumétricas que ultrapassam a superficialidade de um “plan masse” para o perímetro urbano. A solução do Mercado da Terra empresta a esta ideia a utilidade simbólica do sistema, da regra e do grupo. E a noção de que estas características lhe permitiram acompanhar os momentos de opção política, de alterar os “projectos” dentro do projecto. Criou e respondeu simultaneamente a novas necessidades de programa. Já foi maior, menor, teve um edifício multiuso, arena e agora tem picadeiros e campos de provas equestres. Mantém-se ainda actualmente como expoente máximo dessa ambição, coxo apenas enquanto aguarda outras ligações, outros membros de um desenho político.
O complexo surge como uma morfologia improvável para uma feira do gado, distanciando-se dos pavilhões volumosos prefabricados. Coloca-se no remate da vila, mas liberta o fecho da malha urbana para o fazerem outros possíveis equipamentos, mais indicados. A sua função é outra, transita entre a ruralidade imediata dos arrabaldes e o núcleo da vila história, com dignidade. Coabita com palacetes, jardins e capelas. Apesar das sucessivas rectificações do projecto, manteve sempre os conceitos que se estabeleceram no início do processo. A estrutura do plano é constituída por uma malha ortogonal, que se relaciona com as vias existentes e reforça os enfiamentos visuais em relação ao rio. Esta malha é uma guia de referência para posicionar elementos chave da proposta, estabelecendo relações de proporção com construções relevantes ou pontos de interesse paisagístico.
Surge deste modo o formalismo e a aparente informalidade na lógica da composição, uma vez que sobre esta malha se sobrepõe uma composição arquitectónica e uma topografia que se adequa à serenidade da paisagem. As construções não interferem com o carácter rural da área de intervenção, nem com o seu ambiente, mantendo a estrutura de pequena escala, parcelada, com a quebra suave de perspectiva proporcionada pelos muros adjacentes à via principal.
Durante a elaboração dos primeiros estudos para a fase 1 – Feira do Gado, a falta de referências próximas em programas similares levou a alguma indefinição na área que o equipamento deveria ocupar. Por uma lado por causa necessidade de da aquisição de terreno e por outro porque a base de comparação mais próxima que tínhamos era a feira que já se realizava. Acabou por ser esse o modelo para a implantação, uma estrutura linear de boxes, com percursos e largos, em malha de quadrícula semelhante a um pequeno bairro.